Eu sou dono do meu nariz!
“Tu
ordenastes os teus mandamentos para que o cumpramos à risca.” (Salmos 119:4)
Recomeçando
minha leitura da Bíblia toda, o que já faço há algum tempo, e nada se compara
com isso. Aliás, precisamos fazer isso se quisermos conhecer e ter mesmo
intimidade com Deus. Sua visão sobre Deus vai se alargar, com certeza.
Então, lendo os livros da
Lei, vemos Moisés passando as ordens que recebera de Deus para o povo, enquanto
caminham pelo deserto. Ele começa a fazer isso desde o livro de Êxodo, com os
dez mandamentos e repete em Levíticos dando mais informações. Continua a falar
em Números entremeando com histórias empolgantes, e em Deuteronômio faz como se
fosse um resumo da trajetória do povo e menciona algumas leis. Amplia a visão
dessas leis para os mais jovens, para aqueles que entrariam na terra prometida,
já que seus pais haviam morrido no deserto.
São
muitas leis, são muitos detalhes. Porque é assim mesmo que se fazem as leis de
um povo.
Usando
de um método didático o da repetição, Moisés, a utiliza como estratégia para
que o povo assimilasse tudo. Repetir, repetir, repetir. É claro que, na verdade
esse era o método de Deus. Dizem, alguns, que isso é na verdade, uma lavagem cerebral.
No entanto, esse é
um método muito utilizado na educação, quando se fixa o conteúdo através de
constantes exercícios. Alguém disse que é bom repetir um ensino até que aquilo
se torne um hábito. O próprio Moisés declarou isso: “Estas palavras que hoje te
ordeno estarão no teu coração, tu a inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado e tua
casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te...”
(Deuteronômio 6:6,7)
Jesus
mencionou sobre a nossa oração que, “não seria por muito falar que, seríamos ouvidos”. Ao contrário disso, Moisés tinha esperança que
aquele povo ao ouvirem aquelas ordens repetidamente, as fixassem bem dentro de
suas mentes e as aprendessem para depois não dizer que ele não disse.
Só
que por mais que a tática fosse executada tão bem por Moisés e Arão também,
aquele povo vivia tropeçando, no quesito obediência.
Moisés
estava sempre lembrando que aquelas palavras não eram dele, mas do Senhor, por
isso ele sempre, ou começava ou terminava seus ensinamentos declarando: Assim
diz o Senhor...
Uma
coisa que me chama a atenção, eram os
detalhes minuciosos de tudo que Deus mandava fazer.Como as medidas dos lugares, dos objetos, por exemplo, quando Deus dá a ordem para que ele erga o tabernáculo. Onde
seriam exatamente colocadas cada peça, cada utensílio, como seriam feitos tudo o
que comporia o tabernáculo: as cortinas, o véu, coberta, os tapetes, bacias,
altar, arca, etc. As roupas dos sacerdotes, suas medidas, material a ser usado,
como e quando usariam. As especiarias,
as medida que comporia o óleo da unção, o azeite do candelabro; a hora, o dia o
ano para tudo que dizia respeito às festas, aos sacrifícios, às ofertas. Tudo
sobre os animais que seriam trazidos para o sacrifício, para as ofertas. Muitas
e muitas outras coisas, tudo detalhadamente.
Além
dos detalhes de cada item das leis, afinal de contas esta era a carta magna do
povo de Deus. Leis que iam dirigir e fazer funcionar a nação de Israel.
Isso é o normal, pois é assim que acontece em todas as nações ao fazerem suas
constituições.
Só que no caso de Israel, o que envolvia fazer as leis, ainda
era mais séria, pois isso dizia respeito ao ato de adorar a Deus e viver como
povo do Deus único e soberano, que não divide sua glória com ninguém. Por isso,
tantos detalhes.Ele é perfeito!
A
tônica era que todos os estatutos, preceitos,
mandamentos, item por item, deveriam ser seguidos sem falhar em nenhum deles sequer. Nada
poderia ser esquecido ou omitido, pois isso dependeria o relacionamento do povo
com Deus. Ali não se tratava de uma constituição qualquer, mas da constituição
na verdade, de um povo que tinha sido formado exclusivamente por Deus e para
Deus. É algo muito grande para nossa pequena compreensão de meros mortais.
Extrapola o nosso entendimento.
Deus,
o criador dos céus e da Terra, havia criado um povo que era seu, particular.
Pode parecer, então, muito difícil ter
assim esse compromisso de ser povo de Deus. Mal comparando é como dizer que
alguém é o filho do presidente dos EUA, então esse filho tem que representar
bem seu pai. Não pode fazer feio. Deu para entender?
Quando
leio esta passagem fico pensando na dimensão desta responsabilidade. Eu disse
que era mal comparando o exemplo anterior, porque é algo muito pequeno mesmo. O
presidente dos EUA é um mortal como nós. Mesmo tendo muitos poderes, ele não
tem todo o poder.
Parece
difícil ter esta responsabilidade, mas vejamos o tamanho do Deus de quem somos
povo! Dá para mensurar?
O
povo de Israel não poderia deixar de cumprir nada do que estava escrito, isso
pode parecer muito difícil, muita coisa para se obedecer, para se cumprir, mas
quem estaria com eles? O mesmo que criou o céu e a Terra.
Aquele que eles viram
muito bem quando o mar vermelhos se abriu e eles passaram em seco, com as
próprias águas servindo de muro de contenção para que elas não chegassem até
eles. Ali, bem no meio do mar Deus havia
feito uma estrada.
Aquele que dava água para que eles bebessem onde as águas eram
amargas e onde só haviam rochas secas. Onde os poços estavam secos e, na verdade, nem poço havia. Não só a água
brotou, mas primeiro o poço, foi o que brotou, antes da água, mediante o ajuntamento do povo e os louvores que entoavam.
Aquele que
saciou a fome de carne com as codornizes que vieram com o vento que soprava do
mar e encheram todo o arraial; e de pão com uma substância nunca vista antes no
deserto, ou em qualquer outro lugar da terra e que viera do céu, literalmente. Sinais
e milagres que teríamos que ficar aqui relembrando e escrevendo e escrevendo, páginas e mais
páginas com todos os relatos destas maravilhas, que a gente pode encontrar
lendo a Bíblia.
Para
este seu povo exclusivo, Deus preparou coisas exclusivas. Coisas que só ele, o
povo exclusivo de Deus, teria acesso. Porque a vida deles seria como a do seu criador, de maravilhas, vida de excelência.
A condição era apenas uma: Obedecer à risca tudo o que Ele havia ordenado.
Fiquei
meditando nesta palavra à medida que lia o texto que fala ordem por ordem, cada
mandamento; os estatutos e preceitos. Fiquei pensando como na maioria das vezes
queremos fazer as coisas do nosso modo. Então a gente argumenta com Deus, pondera e decide fazer de um jeito que é até parecido com o que Deus mandou, mas não foi, exatamente assim que Ele disse. Achamos que não é preciso ser tão radical. Não é que fosse algo errado. É até bom e, é até justo do
ponto de vista ético. Então o que haveria de mau fazer? Só não era o que Deus queria que fizéssemos. Não é assim mesmo? Nós, até aparentemente julgamos não ter problema
nenhum, porque afinal de contas, não se tratava de cometer um “pecado”, pensamos, mas ordens de Deus não foram cumpridas á risca.
Tenho
aprendido que Deus não desperdiçaria tempo para deixar registrado na Bíblia
nada que não fosse importante. “Seus mandamentos trazem luz aos nossos olhos...
são verdadeiros e justos.” Não podemos nos esquecer que ele é a própria
sabedoria.
Lembro
bem da história do rei Saul quando recebera uma ordem de Deus para guerrear
contra um rei que era inimigo do povo de Israel. O Senhor lhe disse tudo que
deveria fazer nesta guerra. Mas ele só
cumpriu parte da ordem recebida, porque achou que da maneira que ele faria
daria melhores resultados para o seu reino. Seria tão bom, ele pensou, mas não
era o que Deus o mandara fazer. Então ele foi rejeitado por Deus e seu reinado
foi tirado da sua descendência. Deus lhe
fala pela boca de Samuel: “A desobediência é como o pecado de feitiçaria... Como
você rejeitou a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não
sejas rei.” (1ª Samuel 15:23)
Todas
as vezes que deixamos de cumprir as ordens de Deus estamos rejeitando a sua
direção, isso é rebelião. Estamos dizendo que os planos de Deus não são tão
bons quanto os meus. Digo com esta atitude que ele não é tão soberano assim, e sua palavra não tem valor...
Na
verdade, quando deixamos de seguir à risca as ordens de Deus estamos
desprezando o melhor de Deus para nós. Asafe declara isso em um dos seus
salmos: “Ah! Se o meu povo me escutasse,
Se
andasse nos meus caminhos? Eu te pronto lhe abateria o inimigo... eu o
sustentaria com o trigo mais fino e com o mel da rocha eu o satisfaria.”(Salmos
81: 11,14, 16)
Como
somos soberbos, e logo para com Deus! Quanta tolice, não é mesmo?
Quantas vezes perdemos o "pool" do melhor de Deus para nós. Da verdadeira felicidade. Só porque tomamos nas mãos ás rédeas do nosso presente e trocamos a benção do planos perfeitos de Deus para uma vida toda, rica e cheia de brilho, por uma migalha de vida cheia do nosso eu sei,eu quero, eu posso em mim mesmo. Quanta soberba!
"Se quiseres e me ouvires, comereis o melhor desta Terra." (Isaías 1:19)
Denise Malafaia Cerqueira
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