Destruído pra sempre, quem disse?






















“Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” (Salmos 11:3)


Um fundamento destruído, diz respeito a algo que julgamos ser a base de alguma coisa, e que já não existe mais... um fundamento pode ser destruído?
Algo que parecia tão seguro, tão forte, uma verdadeira rocha. Parecia algo indestrutível, por exemplo, nossa família. Pode ser também um emprego, a saúde, as finanças, as perspectivas, o presente, o futuro e ai... Um pai morre e a mãe fica com três filhos pequenos; o cônjuge declara que vai embora e quer o divórcio; você perde o emprego seguro, muito bom, mas já havia pego o FGTS e já havia usado tudo na compra de uma casa; e essa casa foi totalmente destruída pelas águas de uma enchente bem como todos os móveis; alguém na sua casa recebe o diagnóstico médico de uma doença incurável e que depende de cuidados especiais e de altos custos;  você descobre que seu filho está envolvido com o vício das drogas e que ele está roubando as coisas em casa para sustentar o vício; a igreja descobre que seu pastor se envolveu com coisas escusas; seu carro novo foi roubado e você não tinha feito seguro e ainda estava pagando as parcelas do financiamento; a economia do país, que parecia tão sólida, enfrenta dias de crise, e ao contrário vem a liquidez. A moeda do país que era forte vai enfraquecendo, a economia está em crise e a bolsa de valores, onde você depositou suas reservas está em queda vertente, e os negócios ficaram comprometidos, e a sua empresa teve que declarar falência real... Quantas coisas podem receber o conceito de fundamento. Especialmente quando colocamos nessas coisas a nossa expectativa, o nosso coração.
Muitas vezes nos pegamos adorando coisas, pessoas, sentimentos, causas, o próprio ego. Honrando objetos, apaixonados por seres inanimados e, por conta disso, nos tornamos soberbos, ou negligentes com aquilo que justamente, deveria ocupar esses lugares de destaque na nossa vida
Quantas vezes ouvi alguém dizer que alguém humano ou alguma coisa que possui ou possuía era a sua vida, e ai, destruídos esses fundamentos, e eu fico a pensar: o que poderá fazer esse homem? 
Quando colocamos nosso coração em algo que pode acabar, passar, morrer, algo finito como nós, ali está o nosso tesouro, logo, sucumbiremos junto com esse algo.
Não conheço nenhuma história mais cheia de detalhes para se falar sobre este assunto do que a história de Jó. Achamos, até que esta história é ficção. Uma parábola. Só que Jó, não foi um personagem da ficção. Não foi uma história criada pela mente criativa de alguém para ser representada num teatro de dramaturgia. Essa história aconteceu.
Jó experimentou algo que nos parece ultrapassar os limites do que alguém possa suportar como dor. 
Isso se torna mais forte e marcante quando pensamos que ele foi considerado pelo próprio Deus como um homem íntegro, reto e temente e que se desviava do mal, como outro não havia em toda a terra. Esse foi o testemunho que Deus deu a Satanás a respeito de Jó. Mesmo assim ele experimentou a maior adversidade que, um humano possa passar. Sua experiência de dor tem todos os ingredientes de um drama da maior categoria. Esta adversidade foi em mais alto nível de dor, pois envolveu todas as áreas da vida humana: morte de todos os sete filhos e que provavelmente com suas respectivas famílias; perda de todos os bens e perda da saúde. Ainda mais, foi acusado pelos seus amigos muito íntimos e crentes como ele, de ter pecado e por isso ter atraído o castigo divino para si mesmo. O que ainda foi pior, foi pensar que a única pessoa da família que restou, sua esposa, o desafiou a abandonar sua fé, rejeitar seu Deus e deixar de ser integro. O que mais ele poderia esperar acontecer?
Não somos invulneráveis. “Somos entregues à morte todos os dias...” como afirma Paulo.
Sabendo que sobre mau e bom, justo e injusto, coisas adversas e más notícias vêm. Podemos ter a certeza, no entanto, que o Senhor sempre cumprirá suas promessas aos que depositam nEle a sua confiança e que o tenham como fortaleza: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu em quem confio, ele te livrará...” (Salmos 91: 1-3) Se continuarmos na lista do salmista do que Deus vai fazer para fortalecer, firmar, renovar e salvar o justo em meio as aflições; veremos que os que nele confiam estão em grande vantagem mesmo diante  de tudo aquilo que achamos, ou temos, ou pensamos, serem os fundamentos da nossa vida que foram destruídos.
Jesus contou certa vez a história de dois homens que construíram suas casas. Um construiu tendo como fundamento a rocha e outro a areia. Sobre as duas casas veio chuva com ventos fortes, que fez transbordar os rios e ambas as casas foram acoitadas pela força da natureza. A que tinha sido construída sobre um fundamento forte, a rocha, não sofreu qualquer dano, mas a outra construída sobre um fraco fundamento caiu e houve ali uma grande tragédia. A chuva caiu forte, com ímpeto igualmente, sobre as duas construções, mas a que estava com o fundamento certo, resistiu a tudo. Jesus chamou os construtores e donos destas casas de prudente e imprudente.
O imprudente, eu o vejo como aquele que falei anteriormente, é aquele cheio de si. Auto suficiente, auto confiante ou sem zelo pela vida de ninguém, pois alguém que constrói sem cuidado, sabendo quem vai estar debaixo daquele teto, é alguém sem zelo. Sem compromisso com os verdadeiros fundamentos sobre os quais vale a pena construir toda a nossa vida. Porque sua vida e de quem está à sua volta é para ele como a areia, levada facilmente pelas águas, pelos ventos, pelo furor do inimigo. Porque quem tem como fundamento para edificar sua casa, a areia, e sabendo que outras pessoas, ou vão morar ali, ou vão algum momento entrar ali, não se preocupa com o que pode acontecer com essas pessoas. Ele é alguém negativo, pois afinal de contas nem a si mesmo ama, porque, afinal de contas terá que estar debaixo deste teto. Como ele vai amar o próximo se a condição é, amar como a si mesmo?
Podemos dizer que o prudente, era o que reconhecia que por ser a natureza, inexorável para o homem, ele tinha que proteger aquilo que lhe era mais caro, sua vida e a de sua família.
Jesus disse certa vez que devemos amar ao próximo como a nós mesmos. O Pai fez assim, ele nos amou como ao seu próprio Filho, por isso se tornou em nosso fundamento, enviando-o. Paulo declarou: “Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.” (1ª Coríntios 3:11)
O Pai sabia que teríamos aflições. Grandes aflições e precisávamos saber que seu Filho, passou pelas mesmas coisas que nós, e muito maiores porque suportou tudo até se esvaziar de si mesmo, seu sangue se esvaiu na cruz. Ele teve a sua estrutura abalada e, aparentemente destruída pela morte, mas venceu tudo para ser a nossa rocha inabalável. Do que mais precisamos para permanecer firmes?
Jó sofreu uma tragédia sem precedente aos olhos humanos, mas sua construção estava bem fundamentada, na rocha, logo ele era e vivia como um prudente.
Observando o texto do livro de Jó, podemos observar o quanto ele havia cuidado bem de sua família: “Decorrido o turno de dias de seus banquetes, Jó chamava a seus filhos e os santificava; ele se levantava de madrugada e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado e blasfemado contra Deus em seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.” (Jó 1:5) Ele cuidava daquilo que lhe era muito precioso, por isso construiu sua casa sobre o fundamento de Deus e da sua palavra. Uma coisa ele podia ter; a certeza, de não ter construído sua casa na areia. Ele cuidava com dedicação do diária de seus filhos, como sacerdote fiel. Por causa disso ele recebeu tudo em dobro. Porque é assim que acontece com quem constrói sua vida no fundamento
certo e adequado, obedecendo todas as normas de construção.
 Seu fundamento era sólido, foi por isso que ele, resistiu, mesmo em grande aflição.
Aflição que para mim seria insuportável. Meu coração acelera só de pensar em tamanha tragédia.
Aquele pai, marido, quase sucumbiu. Ele chegou a amaldiçoar seu nascimento: ”Pereça o dia em que nasci...” (Jó 3:2) Quase não conseguiu suportar: “Ao deitar-me, digo: Quando me levantarei? Mas cumprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a relva.” (Jó 7:4)
Aquela dor era legítima. Aquela tristeza era real.
Nós por bem menos queremos desistir de tudo. Saímos por ai culpando Deus e o mundo por nossos problemas, que são, até, reais, legítimos, mas se não tivermos numa base forte, nossa vida irá por água abaixo, como aquela casa feita na areia.
Uma coisa é certa, se nossa vida, nossa família estiver fundamentada no Senhor, resistiremos até o fim.
O que for destruído nunca foi fundamento.
Como poderão destruir uma rocha,que edificou tudo o que há na Terra do nada?

Não nos esqueçamos do final da história de Jó, Deus lhe deu o dobro de tudo o que possuíra antes da grande e terrível tragédia. 
 Deus tem sempre um final feliz para aqueles que estão firmados nele.

Faça de Deus e da sua palavra o seu fundamento e não saia dali e, mesmo em meio a grandes aflições, em meio a grandes tragédias você será indestrutível. 

Denise Malafaia

Comentários

  1. Amiga querida, obrigada pelo seu carinho, no dia do meu aniversário, suas palavras tocam fundo o meu coração, obrigada. bjos.

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