Quando o evangelho se torna ridículo
“Pois
não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de
todo aquele que crê... (Romanos 1:16)
Uma
certa vez aconteceu um fato inusitado que está registrado na Bíblia, lá no 2º
livro Samuel 6: 13-23. A arca do Senhor estava sendo trazida para Jerusalém,
depois de ficado por algum tempo entre os filisteus e de ter permanecido por
três meses na casa de um homem chamado, Obede-Edom.
O
rei Davi, que vinha à frente do cortejo, vinha dançando e cantando com muita
alegria, uma alegria incontida, pelo fato de que a arca de Deus chegara a
cidade santa. Era algo memorável, aquilo precisava ser muito comemorado. O
texto diz que: “Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor... Davi,
com todo o povo, fez subir a arca com júbilo e ai som de trombeta.” (vers
14,15)
O
texto diz que a esposa de Davi, Mical, observava tudo da janela do palácio. Ela
viu o rei, seu esposo, “saltando, dançando diante do Senhor, o desprezou no seu
coração.” (vers.16)
Quando
ele chegou à sua casa, o texto relata o que aconteceu: “voltando para abençoar
a sua casa, Mical lhe disse: Que bela figura fez o rei de Israel hoje, tirando
o manto na frente das escravas de seus servos, como um homem vulgar!” (vers.
20) Davi respondeu: “Foi perante o Senhor que eu dancei, perante aquele que me
escolheu...
Perante
o Senhor continuarei a celebrar e me rebaixarei ainda mais, e me humilharei aos
meus próprios olhos...” (vers. 21, 22)
Quantas
pessoas têm tido vergonha daquilo que deveria se sentir honrado, não é mesmo?
Essa foi a questão que Davi enfrentou com sua esposa, que o ridicularizou por
sua atitude de adorador sincero e despojado. Para ela aquilo era uma
humilhação.
Deus
tem me feito pensar, analisar e entender a esse respeito, nos últimos dezenove
anos. Desde quando, experimentei algo novo de Deus em minha vida cristã, quando
meu relacionamento com Deus passou a ser íntimo de verdade. Dia a dia tenho
buscado entender os seus desígnios e suas expectativas a respeito de mim e do
seu reino. Quero aprender a dar honrarias ao Deus da minha salvação, mesmo que
me chamem de fanática.
Fico
observando como que nestes tempos as pessoas fazem as coisas mais tolas,
tristes, mais impuras, como se fosse algo natural, ou muito boas. Elas não têm
se envergonhado dessas coisas.
A pornografia, por exemplo, para a maioria se
tornou normal. Falar e fazer coisas obscenas tem passado a fazer parte da nossa
cultura. O pior é que julgam quem não faz tais coisas como alguém fora da
realidade, porque afinal de contas é tão comum fazê-lo. E pensar que a cultura
de um povo é até matéria nas escolas...
Políticos
são deflagrados em corrupção, falcatruas, ilegalidades, roubos e muitos
continuam como se nada tivesse acontecido. Não se envergonham...
Quantos
cristãos têm demonstrado de alguma maneira, que seus interesses são mais nobres
e mais úteis do que a vida cristã.
Quantos,
também, têm estado, até na prática de
coisas erradas e são capazes de se dar por elas e de até encontrar
justificativas, com argumentos aos quais defendem com todas as forças. Não se
envergonham...
Existem
ainda outros cristãos ou não, que até lutam por coisas normais, justas e
coerentes. Coisa que fazem parte do nosso cotidiano, e não são coisas ruins,
mas esses colocam nelas toda a sua força. Empreendem grande esforço para
cumpri-las e vivenciá-las, porque naquilo têm colocado suas expectativas.
Quantos
que se entregam de corpo e alma pelo
time de futebol do coração, principalmente os brasileiros. Não perdem uma
partida, seja no estádio ou pela TV. Vestem sua camisa, gritam, vibram, até
brigam. Outros se dedicam com prazer por um partido político. Em época de
eleição são cabos eleitorais voluntários, de graça. Não perdem um comício, lá
estão de bandeirola, camisa e santinhos em punho para fazer campanha do seu
candidato. Não se constrangem por estarem pulando, gritando, assoviando,
cantando com entusiasmo as músicas do time, ou do partido, ou de qualquer um
outro grupo, do qual fazem parte. Muitos são capazes até de brigar por essas
causas. Não se envergonham...
Quantos
que quando se reúnem na igreja para prestar culto com os outros irmãos, se
mantêm como se estivessem num lugar fúnebre, de tristeza. A impressão que
temos, é de que aquele, seja um lugar que não lhes dá prazer. Outros acham que
certas atitudes que demonstram alegria, satisfação, júbilo, são irreverentes,
não são próprias para ambiente de
adoração, ou vulgar como disse Mical a
Davi, para o local de culto.
Precisamos
dizer ao mundo quem é aquele que merece toda a nossa glória e toda a nossa
celebração. Quem é que merece nossos aplausos, danças, nossos brados e vivas de
júbilo, senão o Rei dos reis, o Senhor dos Senhores. Muitos fazem como Mical,
criticam e desprezam aqueles que cantam celebram a Deus com alegria, porque afinal de contas olha quem você é, e o que representa na sociedade. Não pega bem...São os que confundem o sentido de reverência, de comportamento; são os que, na verdade, acham as coisas de Deus, o evangelho, um tanto ridículos...
O
mesmo Davi dá uma ordem ao povo de Deus em seu salmo 47: “Batei palmas ao
Senhor, todos os povos; celebrai a Deus com vozes de júbilo.” No dia em que
entendi que o que Davi falava aqui era uma ordem, eu nunca mais quis fazer
menos do que celebrar, celebrar. Celebrar com todo o meu coração, com todo o
meu entendimento, com todo o meu corpo àquele que me deu o Evangelho que é o
poder de Deus para todo aquele que crê. Evangelho que se chama Jesus Cristo. Evangelho
que é graça, é redenção, é justificação. Tem poder para libertar, curar,
restaurar, perdoar; dá vida plena. Vida que começa aqui nesta Terra e me leva a
eternidade com ele. Trás segurança, prosperidade, isso sim é o que chamamos de
salvação completa, foi tudo isso e mais um pouco que eu recebi.
Esse
evangelho me faz existir, viver e me mover em Cristo.
É
esse evangelho que é o poder de Deus que faz com que todo aquele que nele crê
tenha a mesma vida de Deus. A possibilidade de fazer as mesmas obras que Jesus
fez, enquanto esteve aqui, e não é só isso, outras maiores... sim, por isso
Paulo chamou esse evangelho de poder de Deus.
Fico
aqui pensando em todos os motivos que tenho para viver dançando, saltando,
aplaudindo, bradando com altos e fortes gritos de júbilo ao Deus que planejou e
executou tudo isso para nós? Alguns dizem que ele não é surdo, assim para que
gritar. Ah, mas o mundo é, e o diabo não quer que eles ouçam o nosso júbilo de
felicidade por causa do que temos em Cristo, porque senão eles verão e hão de
querer saber o motivo da nossa alegria.
Davi
não pôde se conter diante da presença da arca de Deus entre eles, enfim ela
estava entrando na cidade santa, aleluia! Ele sabia o que aquilo representava.
Era o próprio Deus entre eles. Era o poder de Deus.
O
Espírito Santo está em nós, ele é a arca de Deus no nosso meio, que testifica o poder do
evangelho de Cristo na nossa vida.
Então,
é tempo de alegria no meio da igreja, somos o povo que conhece os vivas de júbilo, ou somos os que acham o evangelho ridículo, tornando-o ridículo?
Denise Malafaia
Comentários
Postar um comentário
Olá, que prazer receber você aqui em Filhas de Sara!
O que você pensa, e diz a respeito do que está lendo aqui, é muito importante para nós.
Então, deixe seu comentário...
Obrigada!